sexta-feira, 24 de julho de 2009

PADECIMENTO MATERNO


A mãe, ao vê-lo, não contendo o pranto,
refuta as regras que o destino emprega;
beija-lhe a fronte, a face, as mãos e agrega
reminiscências contra o desencanto.

Mas, outra lágrima a desassossega...
Abraça o filho com ternura e, enquanto
entre murmúrios diz que o ama tanto,
bimbalha o sino decretando a entrega.

Inconformada, aos céus, faz um clamor:
“Meu Deus! Meu Deus! Privai-me desta dor...
Sem o meu filho a vida pouco importa!”

Naquele instante, cessa-lhe a amargura:
seu corpo tomba sobre a sepultura
e junto ao filho ela repousa... morta.


Soneto premiado no XXXI Jogos Florais de Pouso Alegre

2 comentários:

  1. Que bela surpresa, MAURÍCIO, ver seu espaço virtual!
    Parabéns pela iniciativa e pela qualidade do que escreve!
    do seu admirador

    LUIZ ANTONIO CARDOSO

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  2. Parabéns Maurício! Já me havias dado prova de teu talento em outras leituras, mas não de forma tão generosa como neste blogspot.És poeta e prosador inspirado. Teu estilo é peculiar, é criativo. Que bom a gente encontrar quem sabe fugir com iteligência ao lugar-comum dos eternos principiantes. Parabéns por este espaço.

    Um ABRACENORME deste teu admirador
    Thalma Tavares - 27/7/09

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