terça-feira, 21 de julho de 2009

OLHOS DO CORAÇÃO

Todos os dias, nas manhãs, eu via
velha mansarda e, cândida à janela,
uma menina, olhos azuis, tão bela
que, até com minha sisudez, sorria.

Eu meditava: “Que mistério havia
naquele olhar daquela alma singela?
Pois quanto mais eu me afastava dela
meu pensamento mais a ela servia.

Atormentado, resolvi indagar:
“Diga, menina... o que há para se olhar?
O que te apraz no mundo assaz cruento?”

“Não sei, senhor... Não posso ver... sou cega;
mas sinto o amor de Deus que a mim se entrega
no sol... na chuva... nos beijos do vento...”.

3 comentários:

  1. Maravilha de soneto, deixa uma lição para se ficar pensando depois da leitura. Parabéns, poeta!

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  2. O soneto que acabo de ler mostra a excelência da Poesia de Maurício.Um primor na forma( decassilábico com algumas rimas ricas) e muito significativo.Parabéns,dileto poeta.

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  3. Profundo e cheio de emoção!
    Lindo,lindo!
    Parabéns, poeta, pelo belo soneto!

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