segunda-feira, 23 de novembro de 2015

VERDADEIRO AMOR


Quão tolo é o tempo
que te deu estrias
tentando aborrecer
minha visão.

Quão tolo é o tempo
que, por celulites,
pensou que eu não
te quereria mais.

Quão tolo é o tempo
que quis nos segregar
ao sentenciar teu corpo à
flacidez

Quão tolo é o tempo
que te impôs mil rugas
tentando eliminar o meu
tesão.

Quão tolo é o tempo...

Quão tolo é o tempo
em suas falcatruas
que desconhece o verdadeiro
Amor.



Maurício Cavalheiro – 16/01/2015
SUBMERSÕES


Remar contra a maré
- sobrevivência.
Rimar contra amar é
Insipiência.

No mar de sentimentos
melhor se afogar
do que ser pedra
no
f
u
n
d
o

No fundo
é tudo igual:

pedra
sobre
pedra.


Maurício Cavalheiro – 06/01/2015
MONOGLOTA

Era incapaz
de fazer leituras;
mesmo assim,
deixou-a nua.

(O corpo fêmeo,
sofre com analfabetismos)

O corpo,
sobre
o corpo,
animalizou-se:

comeu-a
como se fosse perder o trem...
e hibernou.

O corpo fêmeo
não viajou:
o possessor não sabia
usar a língua.




Maurício Cavalheiro – 08/02/2015
INSPIRA A AÇÃO

Poema
que não agride
não vale um verso.

Poema
que não agrada
é controverso.



Maurício Cavalheiro – 21/02/2015
DESESQUECIMENTO

das outroras
elucidando nuvens
desmascarando sombras
e as pedras do caminho.

Agora os meus agoras
não são mais de ninguém.

Agora vivo assim
desesquecido
de mim.


Maurício Cavalheiro – 25/01/2015