domingo, 14 de setembro de 2014


EMBRIAGUEZ


Eu bebo o canto
do passarinho
no galho em flor
da laranjeira.

Degusto a lua
em suas fases
enquanto borda
constelações.

Respiro a chuva
que acaricia
o solo ansioso
por brotaduras.

Das criancinhas,
colho sorrisos
que pulverizam
desesperanças.

Ouço, nas pausas
entre as palavras,
revelações
indivisíveis.

Monto no dorso
do vento e fujo
pelos caminhos
dos devaneios.

Matei dragões,
mastiguei pedras,
quebrei espinhos
e o mal que havia.

Chamam-me louco!
Se sou, não sei.
Sei que não vivo
sem a poesia.


Maurício Cavalheiro – 22/08/2014

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