EMBRIAGUEZ
Eu bebo o
canto
do
passarinhono galho em flor
da laranjeira.
Degusto a
lua
em suas
fasesenquanto borda
constelações.
Respiro a chuva
que acaricia
o solo ansioso
por brotaduras.
Das
criancinhas,
colho
sorrisosque pulverizam
desesperanças.
Ouço, nas
pausas
entre as
palavras,revelações
indivisíveis.
Monto no
dorso
do vento e
fujopelos caminhos
dos devaneios.
Matei
dragões,
mastiguei
pedras,quebrei espinhos
e o mal que havia.
Chamam-me
louco!
Se sou,
não sei.Sei que não vivo
sem a poesia.
Maurício
Cavalheiro – 22/08/2014
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