VIZINHANÇA
Há uma mulher naquela casa
que organiza,
lava, passa e cozinha;
que esmera
o asseio da morada,
do amanhecer até à noitinha;
que educa,
leva os filhos para a escola, ao pediatra...
cumpre todas as urgências;
que deixa
os chinelos preparados
para o deleite da iminente prepotência;
que deita
com o ser mais abjeto
que perjurou amor sobre o altar;
que após usada
tal qual ínfimo objeto
já não consegue omitir o prantear.
Há uma mulher naquela casa
precisando ser amada,
precisando de um homem verdadeiro.
Qualquer dia desses
será roubada
pelos doces olhos de algum jardineiro.
Maurício Cavalheiro - 24/10/2013
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